domingo, 19 de fevereiro de 2017

Minha cidade está linda, vibrante. Mesmo morando muito longe, ainda consigo me encantar com sua beleza. Estive recentemente em Salvador, e incrível como está mais bonita, melhor cuidada em alguns aspectos. Apesar de algumas mazelas persistentes, Salvador hoje respira um novo ar. E caminhando pela cidade, tive um encontro maravilhoso: com a minha criança esquecida entre os afazeres do mundo adulto.

Fui na minha antiga Universidade Católica, que era no histórico Convento da Lapa, andei pela Joana Angélica, Barroquinha, deixei a Avenida Sete me levar até o Casa de Itália. Mirei a Avenida Contorno, as curvas sinuosas e litorâneas. No Mercado Modelo, quase não ouvi o berimbau. Acho que esta visita à "Mainha" foi um encontro mais íntimo e silencioso, sem a gritaria e os acordes dissonantes, sem muito fuzuê. Daqueles encontros que ficamos a noite toda olhando nos olhos, ombro a ombro vendo o poente, saboreando o mar, guardando tudo na memória.
Curei um pouco da mágoa de estar longe de todas aquelas pessoas amadas, da cidade que nasci e cresci, daquela vontade de voltar no tempo, mas não posso. Mainha me deu diploma, doçura, audácia e coragem para conquistar o mundo. E chorando muito obedeci e segui viagem. Hoje sou quase cidadã do mundo, com milhagens percorridas, algumas vivências e um pouco de maturidade, mas ainda vejo aquela mesma menina de olhos grandes, muito tímida e curiosa a respeito do mundo e da vida.

E concluí que continuo amando minha Bahia de São Salvador, a minha Ribeira, minha Cidade Baixa, e por onde vou levo comigo tudo isto, para que no meio do caminho não esqueça quem sou e qual meu lugar.

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