Estes últimos dias tenho refletido sobre minha vida, ou melhor, sobre os caminhos que ela tem trilhado. Percebi que hoje sou mais alegre do que a um tempo pretérito. Não quer dizer que sou mais feliz hoje, felicidade é uma "arma quente", como diria o poeta Belchior, ou uma palavra "um tanto quanto perigosa" segundo Raulzito.
Mais feliz não estou, feliz eu sou, é um estado perene. O que mudou é que hoje estou consciente de quem sou no mundo, na família, na rodas de amigos e sobretudo, na sociedade, pois conheço os mecanismos necessários para manter-me bem fisica e emocionalmente. Descobri que não preciso agradar ninguém nem superar expectativas utópicas: sou livre para errar, amar, sentir, perceber, aceitar e até mesmo rejeitar o que não me faz bem ou entristece. E confesso, sofri muito por não saber destas pequenas coisas...
Posso dizer o que penso, ser Janaína com todas as virtudes, defeitos, oscilações de humor e timbre vocal. Posso adorar poesia, ser intelectual sem preocupar-me com críticas jocosas e rejeição.
Consigo ser normativa, linguístia, retórica, amante do amor e da discórdia
Barroca, Clássica, Modernista, Dadaísta, Gerativa, Prosa, Canção,
Romântica, política, religiosa, anárquica com todo excesso e escassez de criatividade
Intensa, rasa, profunda, superficial e até mesmo fútil
Posso desprezar tudo (que conheço) e abraçar o novo, o vindouro, o passado
Só não quero ser uma pessoa amarga, incapaz de amar, pensar, questionar, conhecer
Conjugar verbos, adjetivar coisas e pessoas, rir alto, chorar perdas e glórias, admirar, contemplar
E se este dia chegar, certamente estarei no meu sepulcro.
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