domingo, 17 de abril de 2011

Do alto do meu observatório

Estes últimos dias tenho refletido sobre minha vida, ou melhor, sobre os caminhos que ela tem trilhado. Percebi que hoje sou mais alegre do que a um tempo pretérito. Não quer dizer que sou mais feliz hoje, felicidade é uma "arma quente", como diria o poeta Belchior, ou uma palavra "um tanto quanto perigosa" segundo Raulzito.

Mais feliz não estou, feliz eu sou, é um estado perene. O que mudou é que hoje estou consciente de quem sou no mundo, na família, na rodas de amigos e sobretudo, na sociedade, pois conheço os mecanismos necessários para manter-me bem fisica e emocionalmente. Descobri que não preciso agradar ninguém nem superar expectativas utópicas: sou livre para errar, amar, sentir, perceber, aceitar e até mesmo rejeitar o que não me faz bem ou entristece. E confesso, sofri muito por não saber destas pequenas coisas...

Posso dizer o que penso, ser Janaína com todas as virtudes, defeitos, oscilações de humor e timbre vocal. Posso adorar poesia, ser intelectual sem preocupar-me com críticas jocosas e rejeição.
Consigo ser normativa, linguístia, retórica, amante do amor e da discórdia
Barroca, Clássica, Modernista, Dadaísta, Gerativa, Prosa, Canção,
Romântica, política, religiosa, anárquica com todo excesso e escassez de criatividade

Intensa, rasa, profunda, superficial e até mesmo fútil
Posso desprezar tudo (que conheço) e abraçar o novo, o vindouro, o passado
Só não quero ser uma pessoa amarga, incapaz de amar, pensar, questionar, conhecer
Conjugar verbos, adjetivar coisas e pessoas, rir alto, chorar perdas e glórias, admirar, contemplar
E se este dia chegar, certamente estarei no meu sepulcro.

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