quarta-feira, 26 de junho de 2013

Não enlouqueci, acredite!



Esses últimos dias foram de muita efervescência: manifestações, lutas sociais, futebol, festividades juninas e muita análise crítica. Dias de muito suor, sangue, bomba de gás lacrimogênio, forró, realidades paralelas e desiguais.

Tudo isso me leva a vários pensamentos e questionamentos. Em cada um desses espaços, repensei qual o meu lugar nisso tudo e quais posturas e ações a serem encaminhadas?  qual país eu quero (ou não quero) viver?

Vejo que a vida, e não só as pessoas com quem convivo, sempre pedem uma resposta ou fomentam uma discussão na qual preciso expressar meu pensamento, minha revolta e/ou descontentamento, daí percebo que a tão sonhada neutralidade ou estado de imparcialidade não existe. Não cabe mais ficar em cima do muro A criticidade, a revolta, a tristeza e impotência diante de um status quo me incomoda e mobiliza a pensar qual minha (verdadeira) função social.

Bem que tentei descansar, relaxar, ficar imune às discussões e enfrentamentos. Tudo em vão, e alternativa não restou: tive que opinar, falar, criticar, verborragizar constante, como se minha vida dependesse disso. E de fato depende. Depois das vivências ao longo da trajetória, vejo que não posso ser neutra, indiferente ou ambígua. Tenho que falar, escrever, dizer, jogar pedras, caminhar pelo espaço. Assim manter-me-ei pulsando, viva. E só os vivos caminham em direção à mudança.

Por outro lado, não escolhi ser assim. A Vida, a Poesia e o Universo conspiraram contra mim. E até hoje conspiram, inquietam, tiram meu sono, “apertam minha mente”, motivam meu grito, meu riso e meu choro.

Achei que eu estava ficando doida, mas não. Estou dialogando com o mundo e ele está em constante movimento. Numa instigação contínua.

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